As mulheres nos tempos antigos não desfrutavam de qualquer tratamento humano ou digno na maioria das civilizações. Ela era marginalizada e não tinha importância ou, pior ainda, não tinha direitos ou status de cidadania, era vendida e comprada como se não fosse um ser humano e quase sempre considerada inferior ao homem.

Essa situação de discriminação contra as mulheres continuou em diferentes civilizações e culturas até tempos recentes. Embora o mundo ocidental mais tarde tenha iniciado um período de libertação da dominação dos impérios e da opressão da Igreja, tal libertação não chegou às mulheres e seus assuntos até muito recentemente.

Essa visão distorcida das mulheres baseava-se em dois aspectos principais:

Nos tempos modernos, surgiram crenças, ideias e teorias que influenciaram, e continuam a influenciar, as ideias, percepções e comportamentos de muitas sociedades em relação às mulheres.

1. Modernidade e Pós-Modernidade

A modernidade coloca o ser humano no centro do universo e decide torná-lo independente da revelação e decide que só ele pode emitir explicações sobre si mesmo, o ambiente e o universo. Todos os pensamentos e análises que emergem depois são alimentados pela modernidade.

2. O racionalismo

Consiste em elevar a posição da razão e suas medidas a partir do pressuposto de que o ser humano é o centro do universo.

3. A liberdade Individual

É a afirmação do direito do ser humano de decidir o curso de sua vida secular da maneira que melhor lhe convém.

5. A libertação feminina

A ideia da libertação das mulheres surgiu na Europa, onde as mulheres sofriam diferentes tipos de discriminação e opressão, por isso levantou as bandeiras da liberdade e da libertação de antigos legados. As mulheres conquistaram então inúmeros direitos humanos, sociais, políticos e econômicos, mas as demandas não tinham uma visão religiosa ou valores que as estruturassem, por isso se tornaram apelos para se livrar da religião e dos valores e não para a libertação da opressão e da discriminação. Tudo isso disfarçado por apelos para se livrar do patriarcado e do machismo.

O secularismo e a libertação feminina

Uma das ideias que foi associada ao conceito de libertação da mulher é o conceito da separação entre a fé e todas as questões seculares, aplicando o secularismo como doutrina da vida. Esse conceito de secularismo é articulado a partir das exigências de libertá-lo de tudo o que atrapalha seus desejos, especialmente se forem ensinamentos ou valores religiosos.

7. A igualdade de gênero

Esta exigência baseava-se na igualdade entre homens e mulheres no direito à educação e ao trabalho, bem como nos direitos civis, políticos e outros, para eliminar todas as formas de discriminação contra as mulheres. No entanto, os apelos por direitos iguais desviaram-se de seu contexto básico para não distinguir as diferenças biológicas entre homens e mulheres e tornaram-se uma luta pela igualdade entre os diferentes.

Bases do pensamento feminista

A convenção de CEDAW

As organizações de direitos das mulheres e organizações feministas procuraram obter apoio do poder político e o fizeram através da assinatura de um acordo internacional aprovado pelo Secretário-Geral da ONU em 1979 para combater todas as formas de discriminação e opressão contra as mulheres. Esse acordo é chamado de convenção CEDAW.

Essência da Convenção CEDAW

A convenção estabelece igualdade absoluta entre homens e mulheres em todos os campos: político, econômico, social, esportivo, jurídico etc., e este é um princípio errado, contrário às legislações celestiais, contrário aos textos explícitos do Alcorão e da Sunna, a razão pura e o instinto natural. Essas doutrinas contradizem o Alcorão nos versículos: {Uma mulher não pode servi-lo [no templo] como um homem teria feito} [Alcorão 3:36]; {Os homens são responsáveis pelo cuidado das mulheres} [Alcorão 4:34]; e: {E os homens têm um grau [de responsabilidade] mais elevado do que as mulheres} [2:228] e a contradição com a Sunna é evidenciada no hadith: "Vocês são todos pastores e são responsáveis pelo seu rebanho... o homem é o pastor de sua família e é responsável por seu rebanho, a mulher é a pastora da casa de seu marido e é responsável por seu rebanho" (Bukhari, 893; Muslim, 1829). Ora, quanto à contradição com a razão, não precisa de muitos esclarecimentos, pois é claro que as diferenças fisiológicas e mentais têm efeitos sobre as habilidades e papéis da vida, de modo que reivindicar igualdade absoluta entre homens e mulheres é algo contrário à razão.

A CEDAW e a inimizade entre homens e mulheres

As organizações feministas apresentam a relação entre homens e mulheres como uma relação histórica de competição e conflito que elas querem pôr fim. Propõem que a solução seja a igualdade absoluta entre homens e mulheres. Eles alegam que qualquer distinção especial dada aos homens seria às custas das mulheres. Esta é uma visão muito estreita. A relação entre homens e mulheres é de complementaridade e cooperação, não de rivalidade e hostilidade. Cada um tem seu papel e função na harmonia e complementaridade, para enriquecer a vida e alcançar a amizade, o afeto, a misericórdia e a sobrevivência da espécie. Allah disse: {Ó seres humanos! Eu os criei a partir de um homem e uma mulher, e os reuni em povos e tribos para que se reconheçam. O melhor de vocês perante Allah é o mais piedoso. Allah sabe tudo e está bem-informado do que fazem} [Alcorão 49:13] e disse: {Entre Seus sinais está que Ele criou cônjuges do meio de vocês para encontrar a paz, e Ele ordenou amor e misericórdia entre vocês. Nisso há sinais para aqueles que refletem} [Alcorão 30:21]. A diferença entre os papéis da vida implica uma diferença de direitos e deveres sem opressão ou injustiça. Isso é equidade.

A Sharia propõe a igualdade entre homens e mulheres?

A Sharia propõe a igualdade entre homens e mulheres em sua humanidade e dignidade como criaturas. Também na sua responsabilidade e coparticipação na missão da raça humana, bem como na retribuição nesta vida e na próxima que virá. Ambos merecem desfrutar de seus direitos e têm a obrigação de observar a prática ritual, aderir às leis celestiais e aos princípios morais. Então, a Shari'a estabelece uma discriminação positiva entre os dois, por causa de suas diferenças fisiológicas e psicológicas. As mulheres não são obrigadas a participar de combates militares devido às suas características físicas, e não rezam ou jejuam durante a menstruação e o pós-parto. Também não é obrigado a manter a casa, mesmo que possua condições. Por outro lado, a Sharia exige que um homem lute militarmente quando necessário, exige que ele mantenha sua casa, sua esposa e seus filhos, e o penaliza se ele se recusar ou for negligente ao fazê-lo. Em contraste com essas obrigações extras, foram concedidos direitos extras. Isso é equidade total.

A equidade da Shari'a na herança

Não há injustiça contra as mulheres no que diz respeito à herança na lei islâmica, pois às vezes elas recebem menos do que os homens, às vezes recebem ambos igualmente, e às vezes recebem mais do que os homens. Às vezes você herda e às vezes não. Essa diferença em cada caso inclui uma sabedoria que Allah conhece e é esclarecida nos livros dessa ciência.

Exemplos de como a Shari'a honra as mulheres

As mulheres são honradas e protegidas pela lei islâmica. Allah diz: {Quem fizer o mal será punido de acordo com o que fez, mas quem fizer boas ações e for crente, homem ou mulher, entrará no Paraíso e será recompensado sem medida} [Alcorão 39:40]. E o Profeta, que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele, disse: "As mulheres são irmãs dos homens" (Tirmidhi, 113). O tutor da mulher tem a obrigação de garantir sua tranquilidade e despesas. Uma mulher não é obrigada a fazer qualquer despesa se não o fizer voluntariamente, mesmo que seja rica, porque tem os mesmos direitos econômicos que os homens e ninguém pode controlar as suas finanças, nem o pai nem o marido. As mulheres têm pleno direito de realizar todo tipo de transação, como comprar, vender, alugar, associar, hipotecar, contrair dívidas, garantir e conciliar etc.

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